Incontinência de urina: O que é, sintomas e tratamento

Visão geral:

A incontinência urinária em boa parte das vezes trata-se de um problema de simples solução quando acompanhado por um fisioterapeuta pélvico. Possui os sintomas? Marque já sua consulta!

De acordo com a Sociedade Internacional de Continência (ICS), a incontinência urinária é a perda involuntária de urina pela uretra. É um problema mais comum entre as mulheres a partir de 50 anos de idade, mas também é uma condição que homens podem apresentar. Inclusive, pode haver incontinência urinária em jovens. Para ver mais sobre incontinência urinária masculina, clique aqui.

Trata-se de condição comum, no entanto, não há estudos nacionais que apresentem dados mais precisos a respeito da prevalência da condição na população e muitas pessoas não expõem o problema a ninguém, nem mesmo em consultas médicas sobre seus sintomas. Todavia, há uma estimativa de que mais de 08 milhões de brasileiros tenham a queixa de “bexiga solta”.

A perda involuntária de urina é um problema que gera constrangimento para quem passa pela situação, pois ao molhar a roupa sem querer, a marca molhada na roupa e o cheiro característico de urina podem ser evidentes. É comum quem sofre do problema sentir vergonha, além da crença de que nada pode ser feito ou que o uso de absorventes poderá resolver a situação.

As situações de perda podem variar entre tossir, espirrar, antes de chegar ao banheiro, ao tirar a roupa no banheiro, durante práticas esportivas, pegar peso, saltar, dentre outras circunstâncias.

Se a incontinência de urina afeta sua vida, marque uma consulta com um fisioterapeuta pélvico.

Quando buscar tratamento:

Muitas pessoas postergam o momento de buscar ajuda por inúmeros fatores, dentre eles, a vergonha em expor o problema, a falta de informação sobre tratamento, não saber a qual profissional procurar, ou por acreditar que o uso de absorventes pode resolver o problema.

É desnecessária a vergonha de expor que sofre de perda de urina. É um problema comum, atrapalha a qualidade de vida e as relações interpessoais e o tratamento conservador fisioterapêutico é simplificado.

O fisioterapeuta pélvico é profissional de primeiro contato, logo, é possível ir direto a este profissional quando sentir os sintomas, dispensando visita prévia ao médico. O fisioterapeuta pélvico possui autonomia e conhecimento para realizar a avaliação, diagnóstico e o tratamento da condição.

Absorventes são métodos paliativos que mascaram os escapes de urina, mas são ineficazes para tratar. O tratamento para a incontinência urinária com o fisioterapeuta pélvico é feito predominantemente com exercícios para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, que é uma das estruturas responsáveis pelo mecanismo de continência.

Tipos de incontinência urinária:

A incontinência urinária possui vários tipos, que variam de acordo com suas características e sintomas apresentados:

Incontinência de esforço:

O vazamento da urina sucede um aumento da pressão sobre a bexiga, como ao realizar-se algum esforço físico, em atividades como por exemplo:

– Tossir

– Espirrar

– Fazer exercícios

– Levantar peso

– Saltar, etc.

A quantidade de urina que escapa geralmente é pequena, em mini jatos, mas eventualmente pode sair quantidades maiores de urina, sobretudo em situações onde a bexiga está demasiado cheia.

Incontinência de urgência ou urge incontinência:

A vontade de ir ao banheiro fazer xixi surge repentinamente, de forma intensa, de modo que é muito difícil adiar a ida ao banheiro, então é necessário apressar-se e a perda de urina pode ocorrer antes de chegar ao banheiro ou no momento em que tira-se a roupa. Também é caracterizada pelo aumento das idas ao banheiro de dia ou de noite, com eliminação de pouco volume de urina.

O que desencadeia a vontade de urinar pode ser mudança de posição, ouvir som de água corrente de uma torneira ou chuveiro aberto. Este tipo de incontinência também pode estar associada a outros fatores, como infecção de urina ou distúrbios neurológicos.

A síndrome da bexiga hiperativa, situação onde o músculo da bexiga encontra-se mais ativo do que o normal e que poucos volumes de urina desencadeiam contração vesical provocando o desejo miccional, pode desencadear este tipo de incontinência.

Existe uma diferença entre a urgência miccional e a incontinência de urgência. No caso da urgência miccional, há a vontade imperiosa de ir ao banheiro, no entanto, a pessoa consegue chegar até o banheiro sem ter escapes de urina no caminho. No caso da incontinência por urgência, há a perda de urina ao tirar a roupa ou antes de chegar ao banheiro.

Incontinência mista:

 – quando manifestam-se simultaneamente mais de um dos tipos de incontinência. A incontinência mista geralmente é associada à manifestação simultânea entre a incontinência de esforço e a incontinência de urgência, onde o indivíduo apresenta características de ambas condições como perda de urina nos momentos de esforços como tossir ou espirrar e também sentir vontade intensa e inadiável de urinar.

Incontinência por transbordamento:

 Também conhecida por retenção urinária crônica, é uma situação onde há dificuldade de esvaziamento completo da bexiga nos momentos de miccção, então ela se enche excessivamente, provocando o transbordamento do seu conteúdo devido ter extrapolado seu volume normal.

Nesta situação, há a perda de gotas de urina com frequência aumentada, bem como a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, mesmo quando tenta.

Incontinência funcional:

– ocorre em pessoas com dificuldades de locomoção ou quando há uma barreira física dificultando o acesso ao banheiro a tempo. Por exemplo, uma pessoa idosa com dificuldades de locomoção, onde se movimenta de forma mais lenta, pode não conseguir chegar a tempo no banheiro após despertar o desejo miccional.

Fatores de risco:

Tabagismo – pessoas que fumam podem desenvolver tosse crônica que por sua vez, exerce uma pressão grande sobre os músculos do assoalho pélvico, sobrecarregando-os, favorecendo o surgimento de disfunções.

Constipação – ao fazer força no momento de evacuar, os músculos do assoalho pélvico são sobrecarregados, o que os enfraquece, propiciando surgimentos de problemas miccionais por abalar a musculatura.

Excesso de cafeína na dieta – alimentos com cafeína são comumente irritativos da bexiga, favorecendo surgimento ou agravamento dos sintomas de urgência.

Gestação – independente da via de parto, a própria gestação sobrecarrega os músculos do assoalho pélvico, aumentando os fatores de risco de desenvolvimento de disfunções miccionais como a incontinência urinária.

Envelhecimento – mulheres após menopausa podem desenvolver incontinência urinária devido a alteração hormonal que ocorre no período. Já homens, podem ter incontinência urinária após cirurgia na próstata.